Sem sinal, sem luz, sem roteiro

Tem dias que a vida resolve mudar o script sem pedir licença.

E ontem foi um desses dias, quando parte da Europa passou por uma bela aula prática de caos.

Sem aviso prévio, as luzes apagaram. Literalmente.

Sem sinal. Sem luz. Sem telefone. Sem trens. Sem Wi-Fi. Sem roteiro.

As cenas foram das mais diversas: trânsito caótico, mercados com prateleiras sendo esvaziadas, gente comprando carne e ovos… num mundo sem geladeira nem fogão funcionando. O apocalipse gourmet.

No fim, depois de 10 horas de escuro físico e emocional, a luz voltou — e, junto com ela, uma pergunta flutuando no ar:

“Mas… o que foi isso?”

Resposta oficial? Ainda não sabemos.

Resposta terapêutica? Talvez tenha sido a vida nos lembrando de que não controlamos nada.

Ou como dizia o poeta: “A vida é aquilo que acontece enquanto estamos ocupados tentando religar o Wi-Fi.”

Se quisermos buscar uma explicação astrológica, poderíamos até brincar que estamos em plena temporada de eclipses (afinal, o céu anda temperamental), ou que Mercúrio anda frustrado com a fama de retrógrado e resolveu fazer hora extra.

Mas às vezes, a verdadeira explicação é: as coisas quebram. As coisas falham. Nós não somos deuses.

E, por mais desconfortável que seja, essa é uma sabedoria preciosa:

A vida não avisa quando vai parar. Ela simplesmente para.

E o que nos salva?

• Respirar fundo

• Lembrar que nem toda urgência é real.

• Confiar que, mesmo no escuro, há movimento invisível reorganizando o caos.

• E, claro, guardar umas garrafas de água extra em casa 🙂

Não importa quantos planos você faça. Quando a luz apaga, sobra o que a gente carrega por dentro.

E, às vezes, isso é o suficiente para atravessar a escuridão até ela se acender de novo.

No fim, o melhor gerador de emergência ainda é a nossa capacidade de rir — especialmente quando a vida tira o nosso chão… e o nosso 4G.