top of page
Buscar
Foto do escritorJuliana Coria

Um convite ao simples

Imagine um parque tranquilo, onde você encontra sombra fresca, um lugar onde todos, sem distinção, podem caminhar, respirar e apenas estar. Um lugar para sentar, ouvir e reparar nos detalhes — a luz do sol entre as folhas, o vento balançando as árvores, o cheiro da terra.


Muitas vezes, sem perceber, somos nós o parque. Carregamos em nossa bagagem interior sementes que fomos cultivando ao longo do tempo: relações, escolhas, pequenas e grandes conquistas. Mas, assim como os parques, só nos damos conta do valor dessas sementes quando paramos para ver o que, afinal, floresceu. Às vezes, nos esquecemos de fazer isso. Corremos de um lado para o outro, buscando a próxima coisa, o próximo feito, o próximo destino.


E se agora fosse um convite para parar e sentir o chão sob seus pés? Para respirar o ar com calma e olhar em volta, apreciando cada detalhe do que você já construiu? Esse exercício é simples, mas exige presença. Ao nos permitirmos essa pausa, redescobrimos uma espécie de abundância que não está nas metas futuras, mas naquilo que já nos cerca.


Você já parou para perceber o que já cultivou em si? Quem sabe são as amizades que nutrem seu dia a dia, o prazer de cuidar de si ou a coragem de dar o próximo passo quando ninguém mais vê. Pense em tudo o que você já construiu e permita-se desfrutar desse jardim, sem pressa de seguir adiante.


A beleza do essencial costuma morar nas coisas pequenas. É como se a felicidade gostasse de se esconder em cantos onde a pressa não chega. Está ali, nas risadas que ecoam em boa companhia, no silêncio de uma leitura gostosa, ou na sensação de dever cumprido depois de um dia bem vivido. Como aquele parque, que parece existir apenas para que as pessoas se sintam bem e acolhidas.


Experimente, então, abrir espaço para o que realmente traz paz. O que desperta prazer e conforto genuínos. E que tal fazer isso sem urgência, sem listas, sem metas? Ao invés de se preocupar com o que falta, busque se conectar com o que já existe, reconhecendo as raízes que você firmou na vida. Pode ser que, ao fazer isso, você redescubra prazeres esquecidos ou note que já carrega consigo tudo o que precisa.


Como aquele parque público, somos espaços que acolhem vida, crescimento e beleza, mesmo sem alarde. E, ao cuidar desse espaço interior, ele floresce.


Que você possa valorizar o simples, o presente, o que já está ao alcance.



10 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page